sábado, 8 de fevereiro de 2020

PROIBIDÃO DO MACHADÃO

Esse semana o Governo de Rondônia, mandou recolher 43 livros considerados "inadequados" para crianças e adolescentes. Dentre esses livros, está "Memórias Póstumas de Brás Cubas", do renomado escritor brasileiro Machado de Assis. 

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em uma chácara no morro do Livramento no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. Era filho do mulato Francisco José de Assis, um pintor de paredes, e da imigrante açoriana Maria Leopoldina. 


Assis, passou sua infância e Adolescência, no bairro do Livramento. Ainda pequeno, perdeu sua mãe e irmã. Seu pai, casou-se novamente, com a lavadeira Maria Inês, por quem foi criado.


Começou seus estudos em uma escola pública de São Cristóvão, e, após perder seu pai aos 12 anos de idade, começou a vender balas e doces para ajudar nas despesas da casa. Logo cedo, interessou-se em estudar línguas, aprendendo francês e inglês.


Já com 15 anos, entrou como aprendiz de tipografia na Imprensa Nacional, sob a direção do escritor Manuel Antônio de Almeida, que o encorajou a escrever.


Com 16 anos, ele publicou o poema "Ela", no jornal A Marmota Fluminense, passando a trabalhar com o dono desse jornal, 3 anos depois da publicação. Lá, ele exercia a função de revisor. No mesmo ano, passou a escrever regularmente para o Correio Mercantil. 


Porém, foi frequentando o meio boêmio e literário do Rio de Janeiro, que Machado conheceu escritores como Casimiro de Abreu, Joaquim Manuel de Macedo e Quintino Bocaiúva. 


Nessa época, ele passou a escrever regularmente para O Correio Mercantil, Gazeta de Notícias, Jornal do Comércio e Revista Ilustrada, onde publicou contos, crônicas e críticas, mantendo essa atividade quase até o fim da vida.



Em 1864, Machado de Assis publicou “Crisálidas”, uma coletânea de poemas. Três anos depois, ingressou no Diário Oficial, como redator, levado por Quintino Bocaiúva. Pouco tempo depois, foi promovido à assistente do diretor.
Em 1869, já com 30 anos, casou-se com Carolina Xavier de Novais, uma portuguesa culta, irmã do poeta português Faustino Xavier de Novais, que lhe revelou os clássicos portugueses.
Em 1872, Machado de Assis publicou seu primeiro romance, “Ressurreição”. No dia 30 de janeiro de 1873, a capa do décimo número do “Arquivo Contemporâneo”, periódico do Rio de Janeiro, colocou lado a lado as fotos de José de Alencar, até então o maior romancista do Brasil, e a de Machado de Assis.
Ainda em 1873, ele foi nomeado primeiro oficial da Secretaria do Ministério da Agricultura, Viação e Obras Públicas. Pouco depois era oficial do gabinete do ministro e, mais tarde, diretor da Viação, recebendo honrarias, como a nomeação de "Oficial da Ordem da Rosa", por decreto do Imperador, em 1888.
Em 1896, fundou com outros intelectuais, a Academia Brasileira de Letras. Nomeado para a cadeira n.º 23, tornando-se, em 1897, seu primeiro presidente, cargo que ocupou até o fim da vida. Na entrada do prédio existe uma estátua de bronze do escritor. Em sua homenagem, a academia chama-se também “Casa de Machado de Assis”.
Em outubro de 1904 morreu sua esposa, Carolina, companheira de 35 anos, que além de revisora de suas obras era também sua enfermeira, pois Machado de Assis tinha a saúde abalada pela epilepsia. Após a morte da esposa o romancista raramente saía de casa. Em homenagem a sua amada, escreveu o poema "À Carolina":
Machado de Assis faleceu no Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro de 1908. Em seu velório, comparecerem as maiores personalidades do país. Rui Barbosa, um dos juristas mais aplaudidos da época, fez um discurso de despedida com elogios ao homem e escritor.
Levado em uma carreta do Arsenal de Guerra, só destinada às grandes personalidades, um grande cortejo fúnebre saiu da Academia para o cemitério de São João Batista, onde foi enterrado..

A obra de Machado de Assis recolhida pelo Governo de Rondônia, foi a célebre "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881), que faz parte da segunda fase das obras do escritor. Nessa fase, Assis retrata a miséria humana.

É nesse período que se encontram suas mais ricas criações literárias. Diferente de tudo quanto havia sido escrito no Brasil, Machado inaugura o “Realismo”.

O estilo realista de Machado de Assis difere de seus contemporâneos, porque ele aprofunda-se na análise psicológica dos personagens desvendando a fragilidade existencial na relação consigo mesmo e com os outros personagens. 
Memórias Póstumas de Brás Cubas

Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o narrador era um defunto que resolveu distrair-se um pouco saindo da monotonia da eternidade escrevendo suas memórias, livre das convenções sociais, pois está morto. o narrador fala não só da vida, mas de todos os que com ele conviveram, revelando a hipocrisia das relações humanas.
Uma das grandes personagens femininas da obra é Virgília, que repele Brás Cubas quando podia casar-se com ele, mas torna-se sua amante depois que está casada com outro homem mais importante na escala social. 
Depois desse triste episódio de censura de obras como "Memórias Póstumas de Brás Cubas", por quê não sermos "subversivos" e ler ou reler essa obra?!
#ficaadica


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