domingo, 23 de fevereiro de 2020

LEITURA E INCLUSÃO

Segundo dados do IBGE, existem no Brasil, 6,5 milhões de deficientes visuais, sendo 582 mil cegos, e, 6 milhões com baixa visão. Contudo, mesmo com todos os avanços em termos de acessibilidade, pouco se fala da inclusão do deficiente visual no mundo da leitura. Exemplo disso, são os próprios dados de um levantamento da União Mundial de Cegos, que constatou, que de todas as obras literárias produzidas pelo mundo, apenas 5% são transcritas para a linguagem braille nos países desenvolvidos. Esse número cai para 1% em países subdesenvolvidos como o Brasil.

O sistema de escrita tátil (braille) é composto por 63 sinais, gravado em relevo em duas filas verticais, com 3 pontos cada uma. Lê-se pelas pontas dos dedos da esquerda para a direita.

O livro, "O Pequeno Príncipe", do aviador francês Antoine de Saint-Exupéry, uma das obras mais traduzidas no mundo, é um exemplo disso, uma vez que, só foi transcrito para o braille em 2014, ou seja, somente 4 décadas após seu lançamento, em 1943. A transcrição ficou a cargo do artista Claude Garrandes, que é cego, com o apoio da Fundação da Juventude Antoine de Saint-Exupéry. 


Outro formato acessível de leitura, são os audiolivros. O audiolivro, é uma versão sonora da obra.

No Brasil, há algumas iniciativas recentes de plataformas que produzem e distribuem audiolivros em português.

Criada em 2014, a brasileira Ubook é a maior delas, com cerca de 6,5 milhões de usuários cadastrados e mais de 10.000 títulos em seu catálogo, incluindo livros de ficção, de não ficção e revistas. O modelo de negócios da plataforma é similar ao adotado pela Netflix no streaming de séries e filmes: o usuário paga um valor fixo por mês e tem acesso a todo o acervo.

A sueca Storytel começou a operar no Brasil em setembro de 2019, seguindo um modelo similar ao da Ubook. Somando os 18 países nos quais está presente, a Storytel conta com um catálogo de mais de 200 mil títulos.

Os sites Autibooks e Tocalivros são outras iniciativas parecidas no mercado brasileiro. Já a Amazon estuda trazer a Audible para o Brasil desde 2017.

Além de plataformas dedicadas, os audiobooks também são vendidos nas lojas de aplicativos da Apple e do Google.



Como podemos observar, a inclusão do deficiente visual à leitura em nosso país, ainda é muito recente.

Todo mundo merece ter acesso a leitura não é mesmo?! Uma pena que ainda estejamos tão longe de uma inclusão real do deficiente visual, no vasto mundo da leitura. Apesar de tudo, acredito que com perseverança um dia chegamos lá!


sábado, 8 de fevereiro de 2020

PROIBIDÃO DO MACHADÃO

Esse semana o Governo de Rondônia, mandou recolher 43 livros considerados "inadequados" para crianças e adolescentes. Dentre esses livros, está "Memórias Póstumas de Brás Cubas", do renomado escritor brasileiro Machado de Assis. 

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em uma chácara no morro do Livramento no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. Era filho do mulato Francisco José de Assis, um pintor de paredes, e da imigrante açoriana Maria Leopoldina. 


Assis, passou sua infância e Adolescência, no bairro do Livramento. Ainda pequeno, perdeu sua mãe e irmã. Seu pai, casou-se novamente, com a lavadeira Maria Inês, por quem foi criado.


Começou seus estudos em uma escola pública de São Cristóvão, e, após perder seu pai aos 12 anos de idade, começou a vender balas e doces para ajudar nas despesas da casa. Logo cedo, interessou-se em estudar línguas, aprendendo francês e inglês.


Já com 15 anos, entrou como aprendiz de tipografia na Imprensa Nacional, sob a direção do escritor Manuel Antônio de Almeida, que o encorajou a escrever.


Com 16 anos, ele publicou o poema "Ela", no jornal A Marmota Fluminense, passando a trabalhar com o dono desse jornal, 3 anos depois da publicação. Lá, ele exercia a função de revisor. No mesmo ano, passou a escrever regularmente para o Correio Mercantil. 


Porém, foi frequentando o meio boêmio e literário do Rio de Janeiro, que Machado conheceu escritores como Casimiro de Abreu, Joaquim Manuel de Macedo e Quintino Bocaiúva. 


Nessa época, ele passou a escrever regularmente para O Correio Mercantil, Gazeta de Notícias, Jornal do Comércio e Revista Ilustrada, onde publicou contos, crônicas e críticas, mantendo essa atividade quase até o fim da vida.



Em 1864, Machado de Assis publicou “Crisálidas”, uma coletânea de poemas. Três anos depois, ingressou no Diário Oficial, como redator, levado por Quintino Bocaiúva. Pouco tempo depois, foi promovido à assistente do diretor.
Em 1869, já com 30 anos, casou-se com Carolina Xavier de Novais, uma portuguesa culta, irmã do poeta português Faustino Xavier de Novais, que lhe revelou os clássicos portugueses.
Em 1872, Machado de Assis publicou seu primeiro romance, “Ressurreição”. No dia 30 de janeiro de 1873, a capa do décimo número do “Arquivo Contemporâneo”, periódico do Rio de Janeiro, colocou lado a lado as fotos de José de Alencar, até então o maior romancista do Brasil, e a de Machado de Assis.
Ainda em 1873, ele foi nomeado primeiro oficial da Secretaria do Ministério da Agricultura, Viação e Obras Públicas. Pouco depois era oficial do gabinete do ministro e, mais tarde, diretor da Viação, recebendo honrarias, como a nomeação de "Oficial da Ordem da Rosa", por decreto do Imperador, em 1888.
Em 1896, fundou com outros intelectuais, a Academia Brasileira de Letras. Nomeado para a cadeira n.º 23, tornando-se, em 1897, seu primeiro presidente, cargo que ocupou até o fim da vida. Na entrada do prédio existe uma estátua de bronze do escritor. Em sua homenagem, a academia chama-se também “Casa de Machado de Assis”.
Em outubro de 1904 morreu sua esposa, Carolina, companheira de 35 anos, que além de revisora de suas obras era também sua enfermeira, pois Machado de Assis tinha a saúde abalada pela epilepsia. Após a morte da esposa o romancista raramente saía de casa. Em homenagem a sua amada, escreveu o poema "À Carolina":
Machado de Assis faleceu no Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro de 1908. Em seu velório, comparecerem as maiores personalidades do país. Rui Barbosa, um dos juristas mais aplaudidos da época, fez um discurso de despedida com elogios ao homem e escritor.
Levado em uma carreta do Arsenal de Guerra, só destinada às grandes personalidades, um grande cortejo fúnebre saiu da Academia para o cemitério de São João Batista, onde foi enterrado..

A obra de Machado de Assis recolhida pelo Governo de Rondônia, foi a célebre "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881), que faz parte da segunda fase das obras do escritor. Nessa fase, Assis retrata a miséria humana.

É nesse período que se encontram suas mais ricas criações literárias. Diferente de tudo quanto havia sido escrito no Brasil, Machado inaugura o “Realismo”.

O estilo realista de Machado de Assis difere de seus contemporâneos, porque ele aprofunda-se na análise psicológica dos personagens desvendando a fragilidade existencial na relação consigo mesmo e com os outros personagens. 
Memórias Póstumas de Brás Cubas

Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o narrador era um defunto que resolveu distrair-se um pouco saindo da monotonia da eternidade escrevendo suas memórias, livre das convenções sociais, pois está morto. o narrador fala não só da vida, mas de todos os que com ele conviveram, revelando a hipocrisia das relações humanas.
Uma das grandes personagens femininas da obra é Virgília, que repele Brás Cubas quando podia casar-se com ele, mas torna-se sua amante depois que está casada com outro homem mais importante na escala social. 
Depois desse triste episódio de censura de obras como "Memórias Póstumas de Brás Cubas", por quê não sermos "subversivos" e ler ou reler essa obra?!
#ficaadica


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

ORIGEM DO TERMO "SEBO"

Você já parou para se perguntar, a origem do termo "Sebo", como nome de lojas que vendem livros usados?

Pois então, dentre algumas teorias que rolam, a mais aceita e viável é a do escritor e etnologista Sergio Rodrigues e do herdeiro do Sebo Brandão (criado no Recife), Eurico Brandão, que dizem que o termo surgiu como uma brincadeira, que parte do principio, que livros muito manuseados, ficam repletos de gordura, ou seja, ficam sujos, cheios de "sebo". Eurico Brandão, afirma, que o primeira livreiro no Brasil, a fazer uso do termo, foi seu pai, que era conhecido como "Mr. Sebo", pelos estrangeiros, que o chamavam dessa forma.


Interessante não?!


FONTES Jornal Livros, Sobre Palavras, Estante Virtual Blog, Sebo Brandão, Recanto das Letras e Priberam






domingo, 2 de fevereiro de 2020

BEM VINDOS AO NOSSO BLOG!

A Livraria e Sebo AcheiLivros, está no mercado livresco, desde 2009, tendo como principal atividade, a venda virtual de livros usados e novos. Visamos um atendimento rápido e de qualidade! 

Levamos muito a sério nossa atividade, visto que fazemos parte de um nicho muito tradicional, que é a venda de livros usados.

Embora nosso trabalho seja até o momento com vendas online, através de portais de vendas  como a Estante Virtual e a Amazon, temos nosso acervo localizado na cidade de São Paulo / SP.

Trabalhamos também, com a compra, troca e doações de livros.

Além de nosso acervo que está exposto nas plataformas de vendas já mencionadas, temos também uma página no facebook, e nossos canais próprios de atendimento: e-mail e WhatsApp.

Queremos usar este espaço, não apenas para divulgar nosso acervo, mas também, para falar sobre assuntos relacionados a leitura, literatura, história dos Sebos no Brasil e no mundo, e, muito mais.






Atendimento: Segunda a Sexta das 9h00 às 18h00. 
Sábado das 9h00 às 14h00. 
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